Eu já contei que eu era um gangster?
Isso foi lá por 1930, numa época em que eu era mais um fiel numa igreja, numa congregação, lugar em que as pessoas eram muito conceituadas pelos dotes financeiros e musicais (muitas vezes mais que os espirituais), e as mulheres ficavam de um lado e os homens de outro..
Ela entrou toda bem vestida, ou toda bem coberta, mas havia um decote, um pequeno decote que mostrava seu pescoço.. foi ali que tudo começou.. foi onde a luxúria me agarrou..
Eu já tinha assim uma queda por coisas erradas, não vou negar que na case em que eu levava meu trompete havia também uma metralhadora escondida, mas nunca pensei entrar de vez para esse mundo errado, mas foi caminho sem volta..
Ao fim do culto, depois dos dízimos, louvores finais e tal, ela me fitou e saiu. Eu fui atrás e num banco do pequeno jardim da igreja, conheci aquela bandida.. meus desejos mais secretos de ser fora da lei se realizaram, fizemos contrabando de whisky, assalto a um trem pagador... muita coisa que até Deus duvida..
Mas como tudo, ou quase tudo passa.. a coisa foi se esfriando.. e hoje estou novamente tocando na igreja, aos domingos, mas confesso que por mais que eu tente, essa luxúria não quer partir...
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